segunda-feira, 21 de junho de 2010

cito

Quantos véus necessitamos tirar da face do ser mais próximo  que nela foram postos pelas nossas reações casuais e por nossas posições fortuitas na vida , que nos parecia familiar, para que possamos ver-lhe a feição verdadeira e integral. A luta do artista por uma imagem definida da personagem é, em um grau considerável, uma luta dele consigo mesmo.

escreveu mikhail bakhtin.

[...]

Em torres muito remotas, muito altas,
com seteiras fora do comum,
vejo as corujas piscarem. Vejo
perfeitamente bem tudo isso,
mas o que importa e o que não importa, não faço idéia.
Como poderia adivinhar,
se tudo o que vejo
é tão nítido, tão necessário
e tão impenetrável?


Sem suspeitar de nada, absorto em meus negócios,
como nos dela aquela cidade,
ou como aquelas outras cidades
perdidas na distância e ainda mais azuis,
confundindo-se com outras aparições,
outras nuvens, legiões e monstros,
eu sigo vivendo. Vou-me embora.
Tudo isso eu vi, só
não vi a faca cravada em minhas costas.

escreveu hans magnus enzensberger.


{...}

e jander alcântara escreveu também, algo que não quis revelar,
mas eu encontrei escondido na âncora daqui:

o poeta perguntava aos céus onde de fato estaria a poesia. olhou em volta e viu-se imerso naquela pergunta. olhou o em torno. viu-se em torno. (em)tornou, se, de si. era a própria poesia.

{...}


ps: uma música (um som) novo.
um dub q produzi a partir de um sampler do black uhuru,
e que entorna-se quase techno. mais algo para as noites de suicídio aos ouvidos.
chama-se dub dum dub (ou uma breve história da m. eletrônica)
escutar/baixar: http://www.lastfm.com.br/music/d.gr../d.gr../

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