terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Artoff Noie | primeira criação


Clique para ouvir  :     Artoff Noie     ;  Poema XIX, Vallejo (cello, synth e voz)


A trastear, Hélpide dulce, escampas,
cómo quedamos de tan quedarnos.

Hoy vienes apenas me he levantado.
El establo está divinamente meado
y excrementido por la vaca inocente
y el inocente asno y el gallo inocente.
     
Penetra en la maría ecuménica.
Oh sangabriel, haz que conciba el alma,
el sin luz amor, el sin cielo,
lo más piedra, lo más nada,
hasta la ilusión monarca.

Quemaremos todas las naves!
Quemaremos la última esencia!

Mas si se ha de sufrir de mito a mito,
y a hablarme llegas masticando hielo,
mastiquemos brasas,
ya no hay dónde bajar,
ya no hay dónde subir.

Se ha puesto el gallo incierto, hombre.



sexta-feira, 6 de maio de 2011

a inquietude vai da raiz dos cabelos ao dedo mindinho, passa pelo ar que sai da boca, coça-lhe as narinas e urra como se fosse um grito de adeus.

a inquietude surge dum corpo imóvel, que se lança de encontro com outro corpo, notando-se o vazio.

a inquietude desnuda-te como se outrora pedisse abrigo.

a inquietude é o silêncio tomando forma.

a inquietude é palavra bela, muitas vezes confundida com a dor.

dor e dor, amor.

a inquietude é um jovem balançando numa rede. é o alvo acertado, feito flechas em miras em partículas atômicas.

a inquietude é a calmaria abrindo a janela para ver o céu!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Poema i

No meio da tarde de inverno

Tive um sonho como uma fotografia

Vi meu menino de todas as horas

A cantar as dores e a amedrontar

Outros tantos meninos.

Tinha voltado ao meu lado

Era uno, era tríade, era par.

Catávamos moedas de chocolate

Cantávamos músicas que até hoje nem sei.

Ele me ensinou a sentir o gosto das coisas

E a fumar o verde para relaxar.

Cortou fundos de copos para assustar criancinhas

E sorriu quando eu contei-lhe histórias de amor,

Falou mal de Deus

Dizia-me que era um velho demente

Que só existe na cabeça das outras pessoas.

"Ele diz(ia) por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."

Depois partiu pr’alguma Paraíba

Ou nem mesmo veio

(apenas em meus sonhos)

A cutucar-me as memórias.

Essa é a história do meu menino

Que não é Jesus

Que não é de Caeiro

Que não é de Maria

Que não é de ninguém.

alcântara .

terça-feira, 29 de março de 2011

Cu Solícito

um auto-retrato cu.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

não me equiparo a poetas. eles usam barba e são todos homens gigantes. equiparo-me a passarinhos, tenho pena nos ouvidos e contemplo o azul como sonho maior.